Foi com o auditório cheio de profissionais, estudantes de direito e comunidade em geral, que a OAB/RS realizou o I Congresso Internacional de Mediação. O evento teve a sua abertura na noite de quinta-feira (01), na sede da seccional e foi realizado com a coordenação da Comissão Especial de Mediação e Práticas Restaurativas da Ordem gaúcha. O Congresso, que segue até esta sexta-feira (02) com oficinas e palestras, tem o objetivo de reunir renomados palestrantes nacionais e internacionais para discutir sobre os métodos consensuais de solução de conflitos, em especial a mediação no contexto empresarial.

O presidente da OAB/RS, Ricardo Breier fez a abertura do evento e destacou o empenho da Comissão em aprofundar o debate sobre a mediação. “Este sonho se tornou uma realidade, mas acima de tudo uma prioridade frente aos tempos que vivemos hoje. Agradeço por todos que acreditaram num projeto que teve início em 2006. Hoje o Congresso materializa o trabalho desenvolvido e a construção institucional em cima desse tema. Começamos a colher frutos importantes. Essa direção não medirá esforços para solidificação desse projeto, pois isso valoriza a advocacia e a nossa missão social”, afirmou Breier.

Já o presidente da Comissão Especial de Mediação e Práticas Restaurativas da OAB/RS e Vice-Presidente da Comissão de Mediação e Conciliação do Conselho Federal, Ricardo Dorneles,  agradeceu ao apoio da Ordem gaúcha desde o início do projeto da mediação, em 2006, principalmente, de todos os membros da comissão e dos colegas da casa de mediação, os quais fazem o trabalho técnico de forma vountária. “A Ordem gaúcha foi pioneira entre as seccionais no País a criar uma Comissão de Mediação e Práticas Restaurativas (CEMPR) e uma Casa de Mediação, a qual atende, de forma gratuita, a população gaúcha.  Atendemos todos os tipos de casos. Destes, 55% são da área de família, direito do consumidor, idoso e condominial”, destacou. Dornelles ainda explica a relevância do tema diante do novo Código do Processo Civil. “Com o novo CPC, a OAB tem interesse de aprovar esse tema para que os advogados, estudantes e a sociedade possam ter um momento de reflexão sobre essa nova forma de resolução de conflitos, sem haver a necessidade da judicialização. Através da mediação é possível diminuir o número de processos nos tribunais”, salienta.

Dorneles salientou ainda que desde 2011,  a Casa de Mediação realizou mais de dois mil atendimentos para a comunidade em geral.

A diretora-presidente do Instituto de Mediação e Arbitragem do Ceará (Mediação Brasil), Lilia Maia de Morais Sales, abriu a conferência e fez um panorama geral sobre a mediação no Brasil e relatou sobre diversas experiências que foram base para que houvesse a construção do tema no país. “Hoje vivenciamos um momento diferente em que muitas  pessoas estão começando a estudar e desenvolver a mediação a partir da sua institucionalização. A qualidade da capacitação é fundamental para que não transformemos uma excelente ideia em uma atuação inadequada. Toda a questão de mediação e de gestão de conflitos acontece a partir da percepção do que é o conflito”, explicou.

Ela ainda relatou sobre as diferenças de mediação comunitária, policial, entre jovens, judicial,  mediação como instrumento para empoderamento e núcleo de soluções consensuais.